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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

FANY OWEN

 






D.L.


" No Porto do séc. XIX, dois amigos boémios apaixonam-se pela mesma jovem mulher, sendo que um deles, intimado pela mesma, a rapta para com ela se casar por procuração. As expectativas face à relação saem, no entanto, goradas, e, no espaço de um ano, ela morre, enferma, de desgosto, vítima de tuberculose; um mês depois morre ele, em Lisboa. A jovem mulher era Fanny Owen, filha do coronel Hugh Owen, inglês combatente na guerra peninsular, fixado em Portugal após casamento com D. Maria Rita, filha de um abastado comerciante de vinho do Porto e educada “na corte de Carlota Joaquina, o que não era garantia nenhuma de educação.” Os dois amigos José Augusto de Magalhães – o raptor de Fanny -, morgado e medíocre poeta, e o outro Camilo Castelo Branco, o tal que se tornou um dos maiores escritores da língua portuguesa. ..." (daqui)

terça-feira, 4 de junho de 2019

AGUSTINA BESSA-LUÍS

D.deN.

Destak

C.daM.





"... Agustina também gostava de cultivar essa imagem de senhora doméstica ou não?
Acho que ela se divertia com isso, com os juízos precipitados que poderia infundir nos outros e que obviamente sabia não corresponderem à verdade. Ela não tinha o mínimo complexo em relação às origens. Pelo lado materno, provém de uma família com raízes na aristocracia do Douro; pelo lado paterno, provém de uma espécie de fidalguia liga à propriedade da terra, ou seja, origens rurais. Não se envergonhava minimamente. Penso que essa faceta de senhora doméstica, ou de escritora doméstica, era de facto cultivada, porque Agustina não queria saber do que dissessem. ...

... Logo a seguir, escreve o segundo romance, Os Super-Homens, que será no conjunto da obra, visto hoje, um romance de menor qualidade. Jaime Brasil, na altura crítico do suplemento literário de “O Primeiro de Janeiro”, arrasou o romance. Não o fez por ser um livro fraco do ponto de vista narrativo ou estético, mas porque o considerava imoral e indecente. Chegou ao ponto de afirmar que uma senhora não escreveria páginas como aquelas e indirectamente comparou a autora com uma cabra com o cio. O romance continha várias cenas de sexo, uma referência a um aborto provocado e falava de uma rapariga que se envolve com um rapaz sem estar apaixonada ou ter intenção de arranjar noivo. O crítico achou inconcebível. ..." (ler+)


"... Estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que atinge a total maturidade do seu processo criativo.

É conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, Camilo Castelo Branco, cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcionalmente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente neo-romântica, como defende Eduardo Lourenço. ..." (daqui)